Bem Vindos !

Este blog tem a finalidade de trazer informações sobre a área de meio ambiente: concursos públicos, revistas para publicação, possibilidades de emprego, eventos e informações em geral. Estamos abertos a postagens daqueles que se interessarem. Abraços a todos e todas !!!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

4º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e 7º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel


Dentro da programação do evento, já estão confirmadas as presenças dos pesquisadores internacionais Gehard Knothe (USDA) e Martin Mittelbach (Universidade de Graz, Áustria), que apresentarão conferências e simpósios e permanecerão durante todo o período do evento.
O prazo final para submissão de artigos científicos será 10 de setembro de 2010, veja em http://oleo.ufla.br as normas para o envio dos artigos.
4º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e 7º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e BiodieselA inscrição para participação no congresso poderá ser realizada pelo site do evento até 24 de setembro de 2010, com desconto. Após esta data as inscrições serão realizadas apenas no local do evento.
Pedimos o favor de divulgar o evento entre as pessoas de seu conhecimento que possam se interessar pelo assunto.
Atenciosamente,

A Comissão Organizadora

http://oleo.ufla.br
http://twitter.com/oleo_ufla
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=3766896
http://www.inovatec2010.com.br/

26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

25 a 28 de setembro de 2011 - Porto Alegre/RS
A inscrição de trabalhos técnicos orais ou posters será feita mediante o envio do resumo expandido,via portal
do evento, disponível no endereço http://www.abes-dn.org.br, até às 23:30 hs do dia 31 de outubro de 2010.

domingo, 29 de agosto de 2010

3ª Oficina para Implantação da Coleta Seletiva Solidária nas Escolas Estaduais do Rio de Janeiro

Esse evento é parte integrante do Projeto Coleta Seletiva Solidária executado pela parceria entre a Secretaria do Estado do Ambiente (SEA), o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a  Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC).

3ª OFICINA PARA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS:

Data: 31/08/2010
Horário: de 8:30 às 12:30 h

Local do Evento: Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Pavilhão João Lyra Filho - Rua São Francisco Xavier, 524- Auditório 53 - 5oandar? Bloco F
Maracanã - Rio de Janeiro

Os interessados em participar da 3ª oficina devem enviar a sua inscrição para raquelbento@yahoo.com, indicando:

Município:

Coordenadoria:

Nome da escola:

Endereço da escola:

email da escola:

telefone da escola:

Nome do Participante:

Cargo:

telefone do participante:

email do participante:

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Conselho regiona de biologia da 2º região RJ/ES – CRBio-02 - PROGRAMAÇÃO DE CURSOS GRATUITOS SEMANA DO BIÓLOGO

O CRBio-02 em comemoração ao Dia do Biólogo  promoverá na semana de 31/08 a 03/09 Cursos Gratuitos de Extensão & Atualização. Veja programação abaixo, vagas limitadas!
 
Auditório Antonio José Bianchi Nunes – Sede do CRBio-02 – Rio de Janeiro

31/08/2010 – Terça-feira

Curso: Poluição
Biólogo Paulo Henrique Chaves Cordeiro – Ornis Consultoria Ambiental
Ementa: Efluentes líquidos. Contaminação do solo. Resíduos sólidos (Reciclagem). Qualidade do ar. Ruído e vibração.
Carga horária: 4 horas – Das 09h às 13h

Curso: Gestão da Qualidade - Atuação do Biólogo nos Laboratórios de Análises Clínicas e Laboratórios Clínicos 
Biólogo  Newton Dias Lourenço – Conselheiro CRBio-02
Ementa : Análise das normas, legislações, resolução, responsabilidade técnica, boas práticas do laboratório clínico e biossegurança.
Carga horária: 4 horas - Das 13:00 às 17:00  

01/09/2010 – Quarta-feira

Curso: Educação, consumo e meio ambiente
Daniel Vitor Ferreira Noleto (Especialista em Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis – PUC-Rio)
Ementa: Identificar a história da Educação Ambiental no Brasil e no mundo, da primeira vez que o termo foi utilizado até os dias de hoje. Relacionar o pensamento capitalista com os impactos ambientais. Definir a posição das crianças e dos jovens na lógica do consumo, assim como a construção histórica do conflito entre corpo e mente e seus efeitos sobre as ecologias; pessoal, social e ambiental. Pontuar possíveis caminhos da Educação Ambiental.
Carga Horária: 4 horas – Das 14h30min ás 18h30min
 
02/09/2010 – Quinta-feira

Curso: Ecossistemas marinhos brasileiros
Bióloga Raquel de A. Muniz (Docente Biologia Marinha Famath)
Ementa: Apresentação dos diferentes ecossistemas marinhos do Brasil: costões rochosos, recifes de corais, banco de rodolitos, banco de algas de sedimento não consolidado; banco de gramas marinhas, atóis, ecossistemas de transição (marismas e manguezais). Apresentação das principais funções e importâncias de cada ecossistema, apontamento das principais ameaças e legislação relacionada a preservação e conservação. Apresentação dos principais programas de monitoramento destes ecossistemas no mundo e no Brasil.
Carga horária: 4 horas – Das 13h ás 17h

03/09/2010 – Sexta-feira

Curso: Licenciamento Ambiental
Biólogo Paulo Henrique Chaves Cordeiro – Ornis Consultoria Ambiental
Ementa: Legislação ambiental. Estudos Ambientais para Licenciamento. Gestão ambiental nas empresas. Educação ambiental.
Carga horária: 4 horas – Das 09h às 13h

Curso: Manejo, Bem-estar e Conservação de Animais Selvagens
Bióloga Ursula Taveira Domingues da Cruz Machado
Ementa: Inicialmente será feita uma contextualização básica sobre as principais características das classes mammalia, reptilia, aves e anfíbia, espécies a ameaçadas, comportamento animal. Em seguida são abordados tópicos sobre conservação ex situ, tais como, vantagens e Principais Ameaças, tipos de cativeiro, manejo em Cativeiro (Alimentar, Montagem de recintos, Enriquecimento e condicionamento, Procedimentos de rotina (preventivos), Tópicos em clínica médica e cirúrgica e Educação Ambiental. Para finalizar, serão abordados tópicos sobre Conservação in situ, tais como, Vantagens e Principais Ameaças, Remanescentes Particulares, Unidades de Conservação, Técnicas de Manejo (Inventários faunísticos, Animais invasores, Controle populacional, Corredores de biodiversidade e sistemas agroflorestais, Reintrodução, Translocação e Educação Ambiental.
Carga horária: 6h – Das 13h às 19h

Cursos Gratuitos de Extensão e Atualização do CRBio-02

Inscrições de 25 de agosto a 30 de setembro de 2010.
Taxa de Certificado: R$ 15,00
Vagas Limitadas: 40 vagas com prioridade para Biólogos inscritos e em situação regular com o CRBio-02.

Postos de Inscrições

  • Sede do CRBio-02
R. Álvaro Alvim, 21 / 12º andar – Cinelândia – Rio de Janeiro
Tel: (21) 2142-5707 / 5701 Procurar Sra. Wanessa Gama

VII FORUM DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

"ARTE, EDUCAÇÃO  AMBIENTAL  E REDE SOCIOTÉCNICA:  UM CAMINHO PARA A ESPIRITUALIDADE"
Um evento organizado por alunos da Pedagogia da UERJ
Data: 28 E 29 DE SETEMBRO DE 2010
EXPOSIÇÃO DE POSTERES
MESAS REDONDAS
OFICINAS
PALESTRANTES:
  • Marco Antônio Silva –Instituto DARMA (RN)
  • Mª Aparecida Lopes Nogueira – Núcleo de Estudos  Brasileiros Ariano Suassuna e PPGA/UFPE
  • Nil Moura – Circo Grock
  • Maharaj Purushatraya Swami – Ecovila Goura  Vrindavana – Paraty
  • Roberto  Conduru  - UERJ
Local : Auditório 33 – 3º andar – prédio João Lyra Filho/UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã
Inscrição de Posters: dia 28/09 a partir das 14h
Abertura dia 28/09 às 16h –
Ingresso: 1kg de alimento não perecível.

Informações e inscrições pelo site:  http://www.arteduambiredes.com.br">www.arteduambiredes.com.br>

Apoio:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ
Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente - PPGMA/UERJ
SR3/UERJ
Mestrado em Artes - Programa de Pós Graduação em Artes (UERJ/CEH/ART)
Nucleo de Referencia em Educação Ambiental - NUREDAM/UERJ"

Novos combustíveis começam a fazer parte do dia a dia dos brasileiros - Rede UERJ de Meio Ambiente

Já familiarizados com o biodiesel e o etanol, agora os brasileiros começam a entrar em contato com novas matrizes energéticas "verdes" no dia a dia. Entre as mais recentes inovações neste campo que são colocadas em prática em projetos-piloto no país estão o diesel de cana-de-açúcar e o óleo de cozinha usado.
O McDonald’s no Brasil decidiu trocar a produção de sabão pela do biodiesel a partir dos 3 milhões de litros de óleo de cozinha utilizados na fritura de frango empanado e batatas. A ideia veio há quase três anos da parceira Martin-Brower, empresa multinacional que faz todo o trabalho logístico da rede de fast food. O projeto experimental, que abrange 20 lojas, rende entre 2 mil e 3 mil litros de biodiesel por mês.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Seleção Pública de Projetos para Patrocínio pelo Banco do Brasil S.A

As inscrições eletrônicas podem ser realizadas no período de 10/08/2010 a 08/09/2010.
Os recursos serão destinados à realização de projetos institucionais e negociais, com início entre 1º de fevereiro de 2011 e 31 de dezembro 2011.
Estão aptos a se inscrever no Programa de Patrocínios Banco do Brasil 2011 Proponentes que apresentem todos os pré-requisitos abaixo:
a) ser pessoa jurídica constituída no Brasil, segundo as leis deste País, com sede no território nacional;
b) prever em seu objeto social atividade compatível com o desenvolvimento do projeto a ser inscrito;
c) ser legítimo detentor ou representante dos direitos de realização do projeto a ser inscrito
Edital no site http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/EditalBBPatrocin2011.pdf

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Biblioteca Mundial Digital

Já está disponível na Internet, através do site *

www.wdl.org

Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes etc de todos os tempos
e explica  em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas as
bibliotecas do planeta.

*O acesso é gratuito e os usuários podem ingressar diretamente pela
Web, sem necessidade de se registrarem.

Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente: inscrições prorrogadas até 17 de setembro

Instituído pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2002 com o objetivo de propagar iniciativas que auxiliem o desenvolvimento sustentável da região amazônica brasileira, a décima edição do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente está com suas inscrições prorrogadas até 17 de setembro. Este ano, serão premiadas as categorias "Liderança nacional", "Organização da sociedade civil", "Negócios sustentáveis", "Educação ambiental", "Saúde e meio ambiente" e "Município. Mais informações: www.mma.gov.br/premiochicomendes


Rede Uerj de Meio Ambiente
www.meioambiente.uerj.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Comentários sobre o Código Florestal

Impactos do Código Florestal são analisados

4/8/2010
Por Fabio Reynol
Agência FAPESP – Impactos potenciais da revisão no Código Florestal, em tramitação no Congresso Nacional, na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos foram debatidos por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento nesta terça-feira (3/8), em evento organizado pelo programa Biota-FAPESP, na sede da Fundação.
Carlos Alfredo Joly, coordenador do Biota-FAPESP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), abriu o encontro lamentando a falta de participação da comunidade científica nas discussões sobre as alterações no atual Código Florestal – que preveem, por exemplo, reduções significativas nas áreas de preservação permanentes (APP) e anistia a desmatamentos feitos até 2008.
“Essa nossa crítica foi destacada em uma carta assinada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), as duas maiores representantes da comunidade científica”, disse Joly. As duas entidades deverão ampliar as discussões sobre o assunto por meio de um grupo de trabalho.
Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), que coordenou o encontro junto com Joly, ressaltou que a proposta de revisão do código ensina importantes lições à comunidade científica, entre elas a importância de tomar iniciativas de mudanças antes que outros o façam.
“O Código Florestal atual vigora desde 1965 e nós [pesquisadores] não tínhamos nos preocupado em atualizá-lo até hoje”, disse Rodrigues, ressaltando a importância da pesquisa científica para sustentar políticas públicas.
Na parte da manhã, cientistas apresentaram os impactos que grupos taxonômicos específicos poderiam sofrer no caso de ser aprovada a proposta do novo código aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Os palestrantes foram convidados a usar suas apresentações como ponto de partida para artigos científicos, que serão submetidos para publicação na próxima edição da revista Biota Neotropica.
Lilian Casatti, professora do campus de São José do Rio Preto da Universidade Estadual Paulista (Unesp), falou sobre possíveis impactos aos peixes. Um dos principais problemas da proposta de revisão do código, segundo ela, seria a redução na largura das matas ripárias – que acompanham os cursos d’água – de 30 metros para 15 metros em riachos e ribeirões com menos de 5 metros de largura.
De acordo com a pesquisadora, isso afetaria a ictiofauna em vários aspectos. Sem a cobertura vegetal ciliar os peixes estariam mais expostos à luz solar. Espécies que possuem larvas sensíveis à radiação ultravioleta seriam reduzidas. Peixes que utilizam a identificação visual para selecionar parceiros também seriam prejudicados e várias cadeias tróficas seriam irremediavelmente alteradas.
“Muitos peixes se alimentam de determinados insetos que, por sua vez, alimentam-se de certas folhas dessas matas. Há estudos apontando que, com menos matas, os peixes perdem biomassa. causando perdas genéticas e até de espécies”, disse.
A perda da cobertura vegetal ripária também causaria o aumento na turbidez dos rios devido ao assoreamento, o qual também provocaria a entrada de poluentes no curso d’água.
Um dos maiores prejuízos seria a extinção de diversas espécies de peixes. Estudos realizados no Estado de São Paulo mostram que o maior número de espécies está concentrado em pequenos córregos. No Estado, foram encontradas 344 espécies – do total de 2.587 peixes brasileiros de água doce – e 66 estão ameaçadas, sendo que 45 vivem em pequenos ambientes.
“Essas espécies vivem em apenas 10 metros quadrados, em média, durante toda a vida”, disse Lilian, para ilustrar que até perdas de pequenas porções de vegetação natural podem resultar no desaparecimento de diversos táxons.
Segundo a professora da Unesp, os pequenos cursos d’água guardam uma grande diversidade genética que estaria ameaçada após as mudanças no Código Florestal. A região de São José dos Dourados (SP), estudada por Lilian, possui 4 mil quilômetros de pequenos rios enquanto que o rio principal tem apenas 220 quilômetros.
“Nessa região, entre 61% a 78% dos córregos já estão cercados pela plantação de cana-de-açúcar, eles não podem se dar ao luxo de ter mais áreas reduzidas”, afirmou.
Problemas agravados
Felipe Toledo, do Museu de Zoologia da Unicamp, falou sobre os possíveis impactos em anfíbios. Habitantes da água, dos biomas terrestres e das áreas de transição entre ambos, os anfíbios seriam um dos grupos mais afetados pela redução das matas ripárias.
“Em todo o mundo, os anfíbios formam o grupo mais ameaçado da natureza, com 32,5% das espécies sob risco”, disse. Bastante sensíveis às alterações ambientais, os anfíbios já são afetados pelos efeitos das mudanças climáticas globais, que secam trechos de riachos e lagos,expondo ovas a predadores e intempéries.
Por respirar através da pele, o grupo também tem sentido os efeitos do uso de defensivos agrícolas, sendo registrados muitos casos de má formação de sapos e rãs que os tornam presas fáceis de predadores. Todos esses problemas seriam agravados com a aprovação das mudanças no Código Florestal, segundo Toledo.
Como agravante, muitos anfíbios dependem de espécies específicas de plantas para se reproduzir. Alguns só se acasalam em bromélias, outros em certos tipos de bambus e uma espécie de rã depende de plantas com folhas dobráveis para o acasalamento. A perda desses vegetais poderia também representar o desaparecimento dos anfíbios que deles dependem.
Os impactos potenciais nos répteis foi apresentado por Otávio Marques, pesquisador do Instituto Butantan. O grupo taxonômico tem 20% de suas espécies sob ameaça de extinção em todo o planeta e a maior causa disso seria a perda dos habitats, o que seria agravado com a aprovação da proposta que está no Congresso.
“O atual código também erra ao permitir a compensação de uma área desmatada com a preservação de outra área dentro do mesmo bioma. Uma espécie que habita um local pode não viver em outro”, afirmou.
Sob o ponto de vista econômico, o país perde com a perda da biodiversidade. Anfíbios e répteis fornecem moléculas complexas que podem ser aplicadas em fármacos. “O anti-hipertensivo desenvolvido a partir do veneno da jararaca rende US$ 5 bilhões ao laboratório que o criou”, exemplificou Marques.
A ausência de anfíbios e peixes provocaria um aumento nas populações de insetos, representando um aumento de doenças na população e de pragas na agricultura, resultando em maior necessidade de agrotóxicos.
Novas doenças surgiriam no gado originadas pela perda do habitat de cervos, segundo apontou Mauro Galetti, professor do campus de Rio Claro da Unesp, que analisou os efeitos potenciais da revisão do Código Florestal sobre os mamíferos.
A proximidade do gado com os cervos que perdem seus ambientes provoca trocas de doenças entre as duas espécies. Boa parte dos mamíferos prefere viver próximos a matas ripárias e, de acordo com Galetti, a redução dessas matas exporia os animais a predadores, a caçadores e a acidentes como atropelamentos.
O ornitólogo Pedro Ferreira Develey, da Save Brasil, apontou que muitas aves dependem de pequenas ilhas de vegetação nativa, sendo que várias espécies não saem dessas matas. “Elas tem fotofobia e estão acostumadas a viver na sombra, por isso não saem para áreas abertas”, disse.
O Brasil tem 17 de suas espécies de aves ameaçadas de extinção habitando matas ripárias, por isso, reduzir esses biomas poderia ser o golpe de misericórdia para algumas delas, destacou Develey.
Vera Fonseca, professora do Instituto de Biologia da USP, falou sobre possíveis consequências para abelhas da proposta de revisão do código . “Responsáveis pela polinização de boa parte da produção agrícola brasileira, o desaparecimento de espécies desses insetos seria um desastre para inúmeras culturas, como o maracujá, o açaí, o cupuaçu e a castanha-do-pará”, disse.
Giselda Durigan, do Instituto Florestal, falou sobre o Cerrado, onde estão localizadas as principais bacias hidrográficas do Brasil. O bioma, ao mesmo tempo, é considerado o celeiro do país, por concentrar boa parte da produção agrícola nacional. A cientista narrou os esforços de se recuperar a vegetação nativa do Cerrado, em muitos casos impossível, devido ao alto nível de degradação do solo.
José Galizia Tundisi, do campus de São Carlos da USP, falou sobre os impactos hídricos que a redução de cobertura vegetal nativa prevista no novo código poderia trazer.
“Reduzir as matas ciliares que agem como tampões de proteção atingiria diretamente a qualidade das águas, aumentaria a toxicidade, reduziria ainda mais o nível dos rios por causa de assoreamento e encheria a água de sedimentos, aumentando o custo do tratamento”, disse.
Segundo Tundisi, na região do Baixo Cotia, em São Paulo, por exemplo, o custo para tratar mil metros cúbicos de água é de cerca de R$ 300. Em comparação, o tratamento da mesma quantidade em uma cidade que possui rios com proteção de matas ciliares em seus mananciais cai para R$ 2.
A própria agricultura seria prejudicada. “Aumentar a área agrícola reduzindo a mata ciliar reduzirá a água disponível. É um tiro no próprio pé”, disse.
Conservação com expansão
Sérgius Gandolfi, da Esalq-USP, previu um apagão hídrico e citou como exemplo a usina hidrelétrica de Assis Chateaubriand, no Mato Grosso do Sul, que viu seu reservatório desaparecer por causa dos danos causados aos pequenos rios que o abasteciam.
Gandolfi também criticou vários aspectos da proposta de revisão do Código Florestal, como a previsão de concessão de incentivos aos produtores rurais à guisa de incentivo ao reflorestamento.
“Isso é o mesmo que fazer o governo pagar para que industriais instalem filtros em suas fábricas. No Estado de São Paulo são 324.601 propriedades rurais, se o governo gastar R$ 10 para cada uma, serão mais de R$ 3 milhões em dinheiro público gastos para pagar uma obrigação dos produtores”, comparou.
O pesquisador também chamou a atenção para uma alteração que reduz ainda mais a área preservada. A versão atual do Código Florestal considera a margem do rio no período de cheia, chamado de leito maior. Entre as alterações previstas na revisão está a medição das margens a partir do leito menor, quando o rio está mais baixo.
“O assoreamento atingiria principalmente os rios mais frágeis, ou seja, os menores, que são cerca de 90% dos rios do país”, disse Gandolfi.
Rodrigues apresentou o programa desenvolvido na Esalq-USP de adequação ambientais de propriedades rurais. Sua equipe encontrou diversas propriedades com possibilidade de aumentar a área agrícola sem ferir o atual Código Florestal. “Não estão usando toda a área a que têm direito para plantar”, disse.
“Esse projeto de lei [a revisão do Código Florestal] veio em um momento muito ruim, pois vários proprietários rurais já estavam se conscientizando sobre a importância de cumprir o código atual”, disse Rodrigues, ressaltando que aqueles que se comprometeram a recuperar as áreas vigentes serão punidos com as alterações no código.
Geld Sparovek, também da Esalq-USP, explicou por que a conservação ambiental não impede a expansão das fronteiras agrícolas, apresentando vários estudos que mostram possibilidades de crescimento da área plantada sem atingir a vegetação a ser preservada.
Novo debate e alternativas
Nos encaminhamentos finais do encontro, os participantes decidiram que os sumários das apresentações serão encaminhados ao grupo de trabalho, organizado pela SBPC e ABC, que vem discutindo a proposta de mudança do Código Florestal.
Os palestrantes também se comprometeram a participar de uma segunda reunião, quando será apresentado um documento executivo que proponha alternativas.
Os pesquisadores concordam que é preciso rever e atualizar o Código Florestal Brasileiro, pois nas últimas décadas aumentou consideravelmente o conhecimento científico tanto em termos da biodiversidade brasileira como em termos da biologia da conservação, ecologia da paisagem e serviços ecossistêmicos.
“Portanto, o país tem condições transformar esse conhecimento em políticas públicas, como fez o Programa Biota-FAPESP aqui no Estado de São Paulo. Na avaliação dos pesquisadores, o substitutivo aprovado pela Comissão Especial do Câmara dos Deputados vai na contra mão do avanço do conhecimento, representando um grande retrocesso na legislação ambiental brasileira caso venha a ser aprovado pelo Congresso Nacional”, afirmou Joly.
Outra proposta – que ainda será avaliada – será a organização de um debate com representantes da comunidade científica, políticos e jornalistas do país e do exterior. “O objetivo é tornar o debate público e mais acessível a toda a sociedade, pois mais de 80% da população brasileira vive em cidades e talvez não tenha condições de avaliar adequadamente as consequências das alterações propostas no Código Florestal”, disse.
“A reunião foi excelente pela qualidade das apresentações. Os pesquisadores já estavam preocupados com os aspectos salientados, eles já estavam trabalhando com essas questões há tempos. Isso demonstra uma consistência muito grande entre pesquisadores de diferentes áreas. Vamos reunir essas informações em um documento que sintetize o que foi apresentado para que, com ele, possamos abrir espaço para uma discussão mais ampla com lideranças do Congresso Nacional”, disse Joly.